3 de nov. de 2008

"faz parte do meu show, meu amor..."

(Título: Faz parte do meu show, Cazuza e Renato Ladeira)
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Sempre tive medo de esquecer. Esquecer a chave do carro, a comida no fogão, o horário do avião, um amor ou outro, o celular na viagem, a roupa na chuva, o apartamento aberto, aonde estacionei, as compras no mercado, a televisão no conserto, as sacolas no porta-malas, o caminho, a banheira enchendo, que as visitas iriam chegar, o cinzeiro cheio, de retornar ligações, de anotar recados para repassar, as datas das contas do mês, o gás aberto, o dia que passa o caminhão do lixo, de responder um e-mail, os aniversários, os feriados e dias santos, nomes de filmes, nomes de pessoas, letras de músicas, um poema já decorado, o cachorro na rua, aonde eu tenho que ir, entre outras inúmeras coisas que não quero esquecer. Agora, é incrível quando você quer, por vontade própria, esquecer alguma coisa, alguma pessoa e não consegue.Em alguns casos lembrar é pior do que esquecer, e talvez disso eu teria de ter mais medo. Porque esquecer não se conjuga, não se reparte, não te dá outra opção além do arrependimento do esquecimento. Lembrar é diferente, porque você pode apenas lembrar ou pode lembrar com saudades. E daí, meu amigo, estamos metidos em uma encrenca das brabas.
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O que define se devemos lembrar ou esquecer?
Será isso sacanagem de Deus para nos punir dos outros pecados?
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Vou tatuar bem grande em minha testa: “Te esquecer”, só para lembrar de ti sempre.

Um comentário:

Iohanny Mayã Alves Lima disse...

Faço suas as minhas palavras,
difícil é esquecer o que mais se quer,
ás vezes acho que de tanto querermos esquecer depressa acabamos por consequência lembrando e lembrando mais.
Mas acredito que há situações ou pessoas que mesmo querendo, desejando jamais poderão cair no esquecimento, deve ser por causa do tal amadurecimento que muitas vezes não esquecemos do que fizemos ou fizeram conosco, mas também há coisas que o tempo se encrrega de levar, como a chuva leva o lixo para as bocas de lobo em uma enxurrada.