13 de nov. de 2009

"Vem olhar esta noite amanhecer, iluminar..."

(Canção do Amanhecer, Antônio Carlos Jobim)
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Meu tempo nunca foi esse, sempre quis estar mais perto do minuto que está por vir. Ansiosa, sedenta, apressada. Sempre estive na frente, até nas filas do colégio. Na família não poderia ter sido diferente: primeira filha, primeira neta, primeira sobrinha. Na época em que meus pais e tios condenavam as tatuagens, fui a primeira dos novatos em aparecer com uma enorme no meio das costas. Nada de contrariar, de colocar lenha na fogueira, mas se algum de nós tinha que quebrar aquela barreira mais cedo ou mais tarde, então que fosse eu. Sou da opinião de que a vida não reserva lugares para segundos colocados, gente desanimada e conformada para mim não serve. É importante ser ambicioso, é importante desejar grandes coisas. Quem pensa pequeno sempre alcançará coisas pequenas, e isso é fato. Grandes sonhos não fazem mal a ninguém, desde que você não use estratégias não tão justas para alcançá-los.
Sempre fui a primeira, sempre o passo adiante, até mesmo para os abismos. Afinal nenhum caminho é feito só de riso. Tem que chorar muito, tem que pagar muito preço, levantar as quatro, dormir as duas ou não dormir. Tem que ter o felling, a ginga, a vontade inabalável (sim, inabalável) de chegar aonde se quer. Não me arrependo e também não mudo. Com 22 anos muitos dos meus objetivos intermedários já estão acontecendo, e com 30, meus queridos, pode ter certeza que vou estar muito bem. E muito bem para mim não quer dizer “muitaaa grana”, mas além dela, e principalmente amada, amando, curtindo a gravidez ou meu filho, mudando a decoração da casa sem culpa do aperto, conhecendo gente interessante, aumentando a minha biblioteca que iniciei com os livros da infância.
Paguem o preço que for, não abro mão de nada do que quero para mim. Não abro mão de nada que possibilite a mais breve e minuscula chance de felicidade, de qualquer coisa que me soe a chance de um novo amor chegar. Não me fecho. Me abro “como um brilhante que partindo a luz, explode em sete cores, revelando então os sete mil amores, que eu guardei somente pra te dar...”
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Cáh Morandi