28 de abr. de 2011

"Quero as janelas abrir para que o sol possa vir iluminar nosso amor..."

(Título: Janelas abertas, Tom Jobim e Vinícius de Moraes)


O amor seria somente mais uma palavra. Uma palavra como outra qualquer: cadeira, livros, horizonte ou paralelepípedo. Uma palavra perdida em um dicionário. Uma palavra imprecisa em uma canção. Uma palavra escrita numa placa no deserto. O amor poderia ser o deserto ou a canção, porque às vezes, nos dá uma espécie de sede, em outras, um carinho ao pé do ouvido.

Quem sabe o amor passasse despercebido, em silêncio, tão em calmaria que nem distraísse minha atenção das outras coisas bobas do mundo. Quem sabe o amor chegaria, como chegam correspondências de promoções, que a gente amassa e joga fora. Quem sabe o amor viesse como uma rosa entre as outras rosas em buquê, e olhando de cima, é tudo tão igual. Quem sabe fosse uma rua desconhecida, um creme para as mãos, um jeito de sorrir ou olhar, uma mania, um prato árabe, uma pizza, um peixe que vive só no Mar Egeu, uma marca de xampu ou de relógio, um sabor de suco, uma fruta. Embora para tudo, seja todo o sentido.

Poderia sim ser quase nada, se não tivesse sido tudo. Poderia não ter significância ou significado, senão fosse você. Senão fosse seu riso me chamando para dançar no meio do mundo, senão fosse seu nome se espalhar por todos os cantos dos meus pensamentos e os poros da minha pele, senão fosse o seu olhar na primeira vez que te vi, senão fosse seu ar de segurança, senão fosse sua simplicidade em falar. Se por um momento só, você não tivesse sido tão profundo. Se por um momento só, não tivesse sido você, teria sido tudo inútil, teria sido tão em vão.

O amor vem depois de você, e as palavras vem depois do amor. Tão clichê, tão bobo, quando a gente quer dizer que está apaixonada e sente tão amada a ponto de esquecer o resto do mundo. Tão tola nossa forma mais planejada para não ser amarrada pela paixão. Não vale nada toda razão quando o coração desperta.

O amor seria sim como qualquer palavra... se não fosse sua chegada.



Cáh Morandi

6 comentários:

Anônimo disse...

como sempre o amor nos inspira, muito muito lindo ^^'
leio, amo e aprovo seus textos !
Bijú

Unknown disse...

Ah o amor...
Coisa de louco...
Corações trocando rosas
E socos.
- Leminski -

- O amor pode ser previsível, quase bobo, quase sempre lindo e igualmente doloroso e ainda assim...estamos sempre a desejá-lo. Partilhá-lo...

Um brinde as suas amorosas letras, lindas!

*Livia* disse...

Não há nada mais belo que a chegada do amor....lindo!

Bjs

Penélope disse...

Passando para desejar um grande Dia das Mães!
Que o Domingo Nasça em FLOR...
Abraços

Dani disse...

Oieeee...

Fazendo uma visitinha para lhe convidar para ir conhecer o meu cantinho de artesanato, um espaço onde eu divulgo o meu trabalho com patchwork...

Adoraria vê-la por lá, bjssss

link: http://dincanto-atelier.blogspot.com

Anônimo disse...

Se eu falar qualquer coisa não chega perto do que quero dizer...Ótimo Blog!

www.azulverdecha.blogspot.com